sexta-feira, 6 de maio de 2011

Oracle doa projeto open source Hudson para Eclipse Foundation

Companhia, com a iniciativa, tenta dissuadir criador do código fonte de cindir a tecnologia para promover uma iniciativa própria

A Oracle doou nesta quarta-feira (04/05) o código open source Hudson - que chegou à sua carteira quando a companhia comprou a Sun Microsystems - para a Eclipse Foundation. O código gerou polêmica no final de janeiro quando o fundador do projeto, Kohsuke Kawaguchi, declarou que ele deveria ser dividido, como forma de criar um ramo livre e fora do controle da gigante.

O Hudson gerencia automaticamente todas as mudanças para o software de sistema enquanto ele é desenvolvido dentro da plataforma Java. Ele ganhou o Duke’s Choice por melhor software Java no 2008 JavaOne Conference e é amplamente usado por programadores da plataforma. Kawaguchi ainda tem crédito com a lealdade de alguns desenvolvedores, que o o seguiram em seu novo projeto, o Jenkins.

A Oracle luta contra a divisão do código fonte do Hudson recrutando patrocinadores corporativos, ao passo que o Java tenta um reinício sob o controle da empresa. A VMware - proprietária do Spring Framework - e a IBM, com suas ferramentas de desenvolvimento Rational e WebSphere middleware, estão apoiando o versão Oracle do projeto, segundo anúncio da própria empresa na quarta-feira.

Controvérsia

Foi mais um episódio da saga de projetos de código aberto a ser absorvida pela gigante de dados que em alguns casos prosperou (BerkeleyDB, InnoDB) e em outros colidiu com a cultura corporativista (Apache Harmony).

Assim que a Oracle adquiriu o controle, Kawaguchi se exasperou com os questionamentos da empresa a respeito da sua liderança de projeto. No final de janeiro, ele lançou um segundo projeto – o já citado Jenkins – para obter uma versão do Hudson sob as restrições da Oracle. A empresa rebateu que possuía os direitos do nome Hudson e os produtos com o mesmo nome necessitavam de sua aprovação.

O arquiteto chefe e vice-presidente sênior de ferramentas e middleware da Oracle disse na terça-feira (03/05) que no final de janeiro a empresa queria que o projeto fosse melhor dirigido. “O projeto não tinha estrutura. Uma única pessoa tomava todas as decisões”.

Kawaguchi afirmou em seu blog pessoal, em janeiro, ter percebido que a Oracle não o queria no comando do projeto.

O ex-executivo da JBoss que se tornou CTO da Red Hat middeware e, agora, é CEO da CloudBees, Sacha Labourey, foi chamado como interventor entre as duas partes. Não funcionou e Kawaguchi anunciou a divisão no código no final de janeiro, quando iniciou o projeto em torno do Jenkins.

Revitalização

Em resposta, Farrell, da Oracle, apostou na revitalização do Hudson como um projeto open source. Além de doar o código para o Eclipse, ele disse que a empresa e outros parceiros irão empregar um desenvolvedor em tempo integral para atuar como revisor final do código para o projeto. Anteriormente, o projeto tinha seis desenvolvedores em tempo integral; segundo Farrell, brevemente terá 12.

Sonotype - um fornecedor comercial de desenvolvedores de código aberto Maven – vai fornecer um revisor em tempo integral para o Hudson dentro da Eclipse Foundation. VMware e Tasktop –fornecedor de código e ferramentas para desenvolvedores de tarefas de monitoramento baseado na fonte aberta Mylyn – vão empregar um revisor em tempo integral, assim como a Oracle. A Intuit e a IBM estão copatrocinando com a Oracle a submissão do Hudson para a Eclipse Foundation. Se aceita, a Oracle fornecerá o líder de projeto para substituir Kawaguchi.

Farrell alega que não sabe dizer qual projeto será mais produtivo, mas diz que a maneira da Oracle dará a Hudson uma melhor liderança.

Entre outras coisas, o Hudson – quando escrito em Java – pode ser usado para gerenciar projetos em outras línguas. Também pode ser usado por desenvolvedores dos apps do iPhone para desenvolver e manter o código em Objective C.

Farrell alega que o Hudson tinha 21 mil usuários ativos antes da divisão. Desde então, a empresa conseguiu rastrear 15 mil, que já demonstraram interesse no projeto. A contagem exata dos usuários de códigos open source são notoriamente difíceis de mensurar; identificar a lealdade a elas é ainda mais complicado.

A empresa manteve outro código, como o MySQL, mesmo depois dos principais líderes do projeto – incluindo Michael Monty Widenius – terem saído. Sua decisão de doar para o Eclipse pode ser em parte uma tentativa de recuperar o status de amistoso com a open source, após a partida amarga no ano passado de respeitados desenvolvedores Apache Harmony do Java Community Process, a organização em formação de desenvolvimento Java.

Texto Original Redigido por Charles Babcock | InformationWeek EUA
(Tradução: Alba Milena | Revisão: Adriele Marchesini)
Fonte: IT Web

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