quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Android 6.0: sai Java, entra OpenJDK

Pelo visto o Google cansou de depender da Oracle no que diz respeito ao Android. Hoje boa parte do código do robozinho utiliza as APIs da linguagem proprietária, mas desde algum tempo Mountain View vem brincando com alternativas. Uma delas seria o projeto Sky, que utilizaria a linguagem Dart no lugar do Java.

Como esse ainda é um plano de longo prazo, o jeito é improvisar: se não dá para se livrar do café javanês de cara ao menos o Google pode deixar de arcar com as licenças, e por isso anunciou que o Android 6.0 não mais utilizará as APIs proprietárias da Oracle, que serão substituídas pelo OpenJDK, a versão código aberto do kit de desenvolvimento do Java.


O movimento de chutar a Oracle do robozinho foi descoberto por desenvolvedores, e tão logo o rumou começou a se espalhar o Google veio a público e confirmou sua intenção de implementar apenas o OpenJDK na versão 6.0. Estas são as palavras oficiais da empresa:

Como uma plataforma de código aberto o Android continuará sendo desenvolvido com a colaboração da comunidade open source. Em nossa próxima versão do Android pretendemos mover as bibliotecas do Java para uma abordagem baseada em OpenJDK, a fim de criar uma base de código comum para os desenvolvedores, o que irá simplificar o desenvolvimento de aplicativos e serviços. O Google tem trabalhado e contribuído por muito tempo com a comunidade do OpenJDK, e estamos ansiosos para provermos ainda mais contribuições para o projeto no futuro.

O Google espera que ao adotar o OpenJDK, o desenvolvimento de aplicações seja facilitado já que uma só biblioteca implica em colaboração da comunidade em escala, além de poder alterar a API a seu bel prazer e turbiná-la como desejar. Claro que há as implicações legais nisso, se livrar do jugo da Oracle é muito provavelmente o motivo principal para abrir mão de um código proprietário e adotar um aberto.

Vale lembrar também que as relações entre as duas companhias nunca foram amistosas. Quando a Oracle comprou a Sun Microsystems em 2010 (a então dona do Java) ela processou o Google por infração de copyright, dizendo que o Android não poderia utilizar a linguagem sem permissão. Por sua vez o Google contra-atacou, dizendo que pela importância para desenvolvimento de software, colaboração e inovação as APIs não poderiam ser parenteáveis.

Em 2012 o Google venceu a disputa, mas no ano passado a Oracle conseguiu reverter a decisão, praticamente obrigando o Google a pagar pelas licenças. O caso agora corre na Suprema Corte. Porém Mountain View não quis mais esperar: enough is enough, que a Oracle fique com o Java e partiu para outra. E a comunidade agradece.

Fonte: MeioBit

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Oracle é acusada de enganar clientes ao tratar da segurança do Java

A Oracle levou uma bronca da Comissão de Comércio dos Estados Unidos (FTC) por não tratar claramente sobre como funcionam as atualizações do Java, deixando os clientes acreditarem que têm uma plataforma mais segura do que ela realmente é.

A questão levantada pela FTC é que a Oracle falhou em avisar que as atualizações não removem versões anteriores à 6 update 10 dos computadores. Assim, embora passe a sensação de que está deixando as máquinas mais seguras, na verdade a companhia acaba encanando os clientes, porque versões antigas do software são facilmente exploráveis para ataques.

“Quando o software de uma empresa está em centenas de milhões de computadores, é vital que seus comunicados sejam verdadeiros e suas atualizações de segurança realmente garantam segurança para o software”, reclamou Jessica Rich, uma das diretoras da FTC.

Após reclamação do órgão, a companhia concordou em ser mais transparente a respeito do assunto para não causar problemas de interpretação. A Oracle também terá de dar informações sobre como os clientes podem desinstalar versões antigas do software.

Escrito por LEONARDO PEREIRA
Fonte: OlharDigital